Creio que o Senhor deseja que examinemos particularmente os ministérios de profeta e mestre. No Antigo Testamento, vemos dois tipos de profeta: os que predisseram acontecimentos futuros, como Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel, e outros, como Elias e Eliseu, dos quais a maior parte da obra não foi revelar acontecimentos futuros, mas explicar os de seu tempo. Eles deviam expressar qual era o pensamento de Deus em Seus atos naquele tempo, por que estava fazendo e o que estava fazendo. Eles deviam explicar as ações de Deus, por assim dizer, e, à luz do que Deus estava fazendo e do que estava em Sua mente, deviam exortar o povo. João Batista foi o mais proeminente desses profetas no Novo Testamento. Como outros antes dele, João expressou a mente atual de Deus. Desse modo, os profetas tinham um lugar distinto; ninguém poderia ser mais importante do que eles.....
Os mestres, por sua vez, tomam a Palavra de Deus e a colocam diante do povo, explicando-a. Eles nunca são mencionados sozinhos; geralmente são acompanhados pelos profetas ou pastores. Deus não designou os homens para serem apenas mestres. Deus não quer nenhuma doutrina ou ensinamento que tenha apenas valor acadêmico e não valor espiritual. Sim, Ele tem usado alguns como mestres, mas este é um ministério limitado, pois visa apenas a dar entendimento e luz na Palavra e ser capaz de passar isso claramente aos outros, partindo a Palavra em pedaços ou juntando suas partes num todo.
Tudo isso é objetivo; é um entendimento que veio do exterior, da Palavra, e não a luz que veio de um conhecimento real de Deus e de andar com Ele. Esse entendimento da Bíblia e a transmissão dele conduz a muitas dificuldades mentais e a um estudo incessante visando a solução delas. Isso, porém, não é vida.
Mas haverá um dia quando o Senhor tomará você e lhe mostrará que o verdadeiro problema não é a Bíblia, mas você mesmo; que tudo o que você pesquisou e achou foi exterior, mental, sem valor, na esfera do conhecimento e não na esfera da vida.
Para que você seja um profeta, três coisas são necessárias e indispensáveis:
1. A preparação como vaso: o Espírito quebrando você, tratando você, aplicando a cruz, levando-o à morte e operando dentro de você a vida de Cristo. Em outras palavras, uma história secreta com Deus.
2. Um encargo interior, dado por Deus: um pensamento que se torna um encargo.
3. Condições para expressar tal encargo, expressão para aquele pensamento: uma interpretação e expressão nítidas dele.
Existe o dom de profecia que pode se manifestar por meio de línguas ou declarações sobrenaturais, sob o Espírito derramado, mas isso é uma forma temporária de Deus agir quando não há ninguém com profundidade, história e maturidade espirituais a quem possa usar como vaso inteligente para a edificação da Igreja.
Muito bom.
ResponderExcluir