quarta-feira, 16 de maio de 2012

A INIQÜIDADE DO SANTUÁRIO

Deus disse a Arão: (1) "Tu, e teus filhos, e a casa de teu pai contigo levareis sobre vós a iniqüidade relativamente ao santuário"; (2) "[Eles (a tribo de Levi)] farão o serviço que lhes é devido (...) porém não se aproximarão dos utensílios do santuário, nem do altar"; (3) "O estranho, porém, não se chegará a vós." ......
Deus nos mostra muito claramente o que Ele pensa do pe­cado e passa por toda a lista; todavia, aqueles pecados não são punidos pela morte. Mas "a iniqüidade do santuário", a iniqüi­dade do ministério, só é punida com a morte, sem possibilidade de escape ou perdão. Esse tipo de iniqüidade, diferentemente de mentir ou matar, da soberba ou da quebra da lei de alguma forma, não é fácil de ser expiado. Esse pecado, a iniqüidade do ministério, não deve ser perdoado. Esse tipo de coisa simples­mente não deve ser permitido, tolerado ou perdoado. Qualquer outro pecado pode ser purificado e perdoado, mas este não. 

O que são esses pecados do santuário? Precisamos voltar atrás e ver novamente o que é o ministério. Vimos que todo ministério é resultado de morte e ressurreição. A vara morta de Arão devia ser colocada diante de Deus e passar pela mor­te. A vara não tinha vida em si mesma, era uma coisa morta. Precisamos reconhecer que nós, como a vara, somos coisas mortas: inúteis, definitivamente inúteis, sem qualquer coisa para oferecer, sem esperança, sem o menor fragmento para oferecer a um mundo necessitado, sem um átomo de nada de valor para Deus ou que Ele possa usar. 

Mas quando Deus tomou essa vara morta e a fez passar pela morte, ela brotou. Ela simplesmente tem de ser depositada diante do Senhor, para que Ele possa colocar Sua própria vida nela. No vaso de barro, Ele deposita aquele tesouro de grande valor: Sua própria vida que passou, ela mesma, pela morte e ressurreição. É a Sua morte e a Sua ressurreição que Ele nos leva a experimentar, como é mencionado em Filipenses 3. Por exemplo: tome alguém inteligente que tenta servir o Senhor com sua inteligência. Um ministério como este não resulta em vida. Pelo contrário, tudo o que ele toca resulta em morte porque ele mesmo não passou pela morte de Filipenses 3. 

Qual é, então, a iniqüidade do santuário? E levar para o serviço do Senhor algo além da vida de ressurreição. Muitos são fervorosos pelo Senhor, mas apenas de forma natural; eles trazem seu próprio entusiasmo acalorado para o serviço ao Senhor. Isso é uma iniqüidade do santuário. Muitos servos de Deus trazem sua vontade forte para o serviço do Senhor. Isso é um pecado do santuário. Outros centralizam tudo na mente: a mente deles é clara e forte, e eles captam as coisas rapidamen­te; têm grande desejo de estar nos círculos espirituais e com pessoas espirituais e gostam de ouvir mensagens espirituais. Mas eles estão, por assim dizer, apenas assistindo tudo através de uma janela; aquilo nunca se tornou vida para eles. Deus nunca tocou verdadeiramente o espírito deles nem lhes deu revelação. Nunca passaram pela morte tudo o que neles é bom, forte e natural. Eles, pelo contrário, trazem a mente natural, talentos e tudo quanto é natural para o serviço de Deus. Isso é abominável para Ele e é o pecado do santuário. 

A menos que nosso ministério seja aceitável a Deus, ele resulta em morte. Foi assim com Uzá quando estendeu a mão e tocou na arca de Deus, pois os bois que puxavam o carro novo sobre o qual ela estava tropeçaram e ela caía. Ele tocou o que era santo com mãos impuras e encontrou morte imediata. Em­bora fosse uma reação perfeitamente natural, não era, todavia, de acordo com a ordem de Deus. Era um serviço a Deus, mas contrário à norma de Deus, realizado à maneira do homem e na mente e força do homem. Muitas vezes estendemos a mão da carne e tentamos fazer aquilo que só Deus pode fazer. Nós falamos antes do tempo de Deus; não esperamos até que Ele realize as coisas no Seu próprio tempo e maneira e pelo Seu próprio Espírito. Tentamos fazer isso por Ele, mas o resultado é apenas morte - Deus pune tal coisa com morte. 

O rei Uzias se atreveu a tomar sobre si aquilo que Deus havia designado apenas para os sacerdotes realizarem, isto é, queimar incenso a Deus. Deus respondeu imediatamente à sua atitude com a lepra: morte. 

Da mesma forma, muitos hoje tentam ministrar no templo do Senhor quando, na verdade, Ele não os designou para isso. Eles querem servir ao Senhor, amam a obra cristã, encontram grande alegria nela, movimentam-se numa atividade incessante pelo Senhor, fazem sacrifícios por Ele e comem muitas coisas amargas na obra por Ele: isso pode estar errado? Deus diz que é a iniqüidade do santuário por não ter sido designado por Ele. Ele não chamou tais pessoas para realizar isso. Tal obra é feita na força do homem e não na força de Deus ou, então, essa obra nunca conheceu a cruz nem passou pela morte. A confiança em qualquer coisa da velha criação e a introdução delas na obra do Senhor - coisas tais como eloqüência, inteligência, bondade, capacidade e outras -, constituem a iniqüidade do ministério. Qualquer dependência da força própria de alguém para servir ao Senhor é um pecado do santuário.

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